"A
dominação para o sociólogo alemão Max Weber é um fenômeno social intrínseco a
todas as sociedades e presente em diversas relações sociais. Para o pensador da
Sociologia, as relações de poder legítimas são estabelecidas em uma esfera
macropolítica definida por instituições fortes, como o Estado, ou em relações
sociais baseadas em construções sociais duradouras, como a tradição. O
sociólogo distinguiu em sua obra a dominação e o poder como fenômenos diferentes,
porém pertencentes à mesma esfera."
"Poder
para Max Weber
Max
Weber estabelece que o poder é a imposição da vontade de uma pessoa ou
instituição sobre os indivíduos. Quando alguém tenta, pela força física,
estatal, legal ou de autoridade, impor a sua vontade sobre indivíduos, essa
pessoa está exercendo o poder. Nas palavras de Weber, “poder significa toda
probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra
resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade”|1|. Desse modo, o
poder independe da aceitação das pessoas do exercício da vontade."
"Quando
o exercício do poder parte de um indivíduo, ele tem o alcance menor, a menos
que esse indivíduo represente o Estado. Quando o exercício do poder parte do
Estado, ele alcança um maior número de pessoas e tem uma maior chance de ser um
poder legítimo."
No cerne de relações
sociais, moldadas pelas lutas, Max Weber percebe de fato a dominação, dominação
esta, assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios
econômicos, dominação estabelecida na autoridade, ou seja o poder de dar
ordens, por isso ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva
ou racional um tipo de dominação particular.Weber definiu as dominações como a
oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem
de conteúdo determinado.
Dominação Tradicional
Onde a autoridade é,
pura e simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade tradicional; o
governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário
é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. Presta-se
obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade
pessoal que se julga sagrada. Todo o comando se prende intrinsecamente a normas
tradicionais (não legais) ao meu ver seria um tipo de “lei moral”. A criação de
um novo direito é, em princípio, impossível, em virtude das normas oriundas da
tradição. Também é classificado, por Weber, como sendo uma dominação estável,
devido à solidez e estabilidade do meio social, que se acha sob a dependência
direta e imediata do aprofundamento da tradição na consciência coletiva.
Dominação Carismática
Onde a autoridade é
suportada, graças a uma devoção afetiva por parte dos dominados. Ela assenta
sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o “reconhecimento” que
pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e
revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em
deveres invioláveis que lhes são devidos pelos governados. A obediência a uma
pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. Não apresenta nenhum
procedimento ordenado para a nomeação e substituição. Não há carreiras e não é
requerida formação profissional por parte do “portador” do carisma e de seus
ajudantes. Weber coloca que a forma mais pura de dominação carismática é o
caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber classifica a Dominação
Carismática como sendo instável, pois nada há que assegure a perpetuidade da
devoção afetiva ao dominador, por parte dos dominados.
Dominação Legal (racional
– legal ou burocrática)
Onde qualquer direito
pode ser criado e modificado através de um estatuto sancionado corretamente,
tendo a “burocracia” como sendo o tipo mais puro desta dominação. Os princípios
fundamentais da burocracia, segundo o autor são a Hierarquia Funcional, a
Administração baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem Profissional,
as Atribuições são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do
Profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito
próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que
extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo de dominação como sendo
estável, uma vez que é baseada em normas que, como foi dito anteriormente, são
criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja,
o poder de autoridade é legalmente assegurado.
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